Palavras do Ministro das Relações Exteriores, Andrés Allamand: Dia da Independência do Brasil

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Hoje completam 198 anos da Independência do Brasil. Recordamos o clamor pela liberdade que se levantou, depois deste país passar por uma época conturbada. É a mesma liberdade que queremos fortalecer juntos. Nosso compromisso com a democracia, a defesa das liberdades fundamentais e dos direitos humanos está na base da relação histórica entre o Chile e o Brasil.

No futuro, o Chile se propôs estreitar ainda mais os laços com o Brasil em múltiplas frentes, a fim de que reflita plenamente seu caráter estratégico. Não podemos ignorar as oportunidades que o país que ocupa a metade da América do Sul, geográfica e demograficamente, oferece para o futuro do Chile, ou seu poder industrial, agrícola, científico e cultural. Anos atrás, os nossos empresários foram pioneiros em entender claramente esta realidade fazendo com que o Chile se convertesse no maior investidor latino-americano no Brasil, com mais de US$ 35 bilhões acumulados até o momento. Foi um avanço espetacular que queremos continuar promovendo nos dois sentidos.

O Brasil é um dos maiores destinos para nossos produtos conforme evidenciado por nossas vendas de salmão ou vinhos. Em 2019, nosso intercambio comercial somou mais de US$ 8,8 bilhões, embora provavelmente deva sofrer um declínio neste ano como consequência da pandemia. No entanto, é nesses tempos difíceis quando comprovamos nossa capacidade de inovar para seguir adiante. Por isso nosso Congresso já aprovou o Acordo de Livre Comércio firmado com o Brasil no final de 2018, com vistas a sua implementação em breve, em beneficio das PMEs, do comércio eletrônico, do desenvolvimento de serviços e de cadeias regionais de valor, entre outros. Esperamos que o quanto antes o Congresso brasileiro faça o mesmo.

Porém, nossas relações vão muito além do econômico-comercial. Não podemos ignorar que o Brasil gera cerca de 60% dos dados na América do Sul e, portanto, tem um papel chave no projeto do cabo submarino transpacífico que unirá a América do Sul com a Ásia, passando pela Austrália. Tal projeto será um forte impulso para a integração regional e levará a um corredor digital sul-americano.

Da mesma forma, estamos empenhados em construir um sistema de integração física que permita às pessoas e produtos transitem com facilidade e liberdade através das fronteiras, um sistema que valorize os espaços intermediários, que gerem contatos humanos e aproveite nossa estrutura portuária no norte para o embarque dos produtos brasileiros para o outro lado do Pacífico, onde estão seus maiores mercados.

Tudo isso não esgota a infinidade de questões que estamos promovendo com o Brasil, entre as quais destaco aqueles mais atuantes em curto prazo: Diálogo 2+2, que compromete aos Chanceleres e Ministros da Defesa; Diálogo Interparlamentar; Consultas Políticas; sobre tópicos de Defesa Cibernética, Espaço, Inteligência Artificial e Start Ups; Coproduções de Cinema e Cooperação Antártica, entre outros.

Em suma, queremos que em mais dois anos, quando celebrarmos o Bicentenário de um Brasil Independente, possamos nos orgulhar de uma relação bilateral poderosa e substantiva, mais conscientes do que nunca de que a relação do Chile como região não estará completa se não concretizarmos está ambição integradora com o Brasil.